sexta-feira, 17 de abril de 2020

A SENZALA ASSOMBRADA DE LAGUNA


Foto real da senzala
Fonte: Canal Visão Paranormal


A cidade de Laguna

        Com área de 353 Km², se localiza na região do litoral sulcatarinense, distando aproximadamente 110-120km (malha viária) da capital Florianópolis, limita-se ao norte com Imbituba e Imaruí, ao sul com Jaguaruna, a oeste, os municípios de Capivari de Baixo, Gravatal e Tubarão, ao leste, com o Oceano Atlântico. Possui uma população de 70 mil habitantes, na sua grande maioria, de origem açoriana (imigrantes advindos das Ilhas de Açores) cuja as prim
eiras famílias chegaram em meados de 1740-1749. Laguna é referência na história Catarinense, pois é a terra de Anita Garibaldi, a Heroína Brasileira que lutou na Revolução Farroupilha e pelo Tratado de Tordesilhas, firmado entre Espanha e Portugal. A Fonte da Carioca construída pelos escravos em 1768, também é um marco histórico do lugar, dizem os moradores que “quem beber daquela água retornará à Laguna”. A Igreja Matriz que leva o nome do santo padroeiro tem mais de 300 anos, o início da construção se deu em 1696. Hoje em suas principais ruas, Laguna abriga em torno de 600 casarios e monumentos históricos tombados desde 4 de outubro de 1978. As primeiras construções da “Vila” de Laguna eram de pau a pique, cobertas com palha, que aos poucos foram sendo substituídas por edificações de adobe, tijolo rústico um pouco maior que o normal, e pedra. O estilo arquitetônico apresenta estilo clássico e gótico e se mistura com uma arquitetura cheia de ornamentação e decorativismo. Laguna foi fundada no século XVII pelo bandeirante vicentino Domingos de Brito Peixoto e seu grupo constituído por familiares, agregados, escravos negros e indígenas, e homens de armas. O ano de sua fundação foi estabelecido, não sem controvérsias, como sendo o de 1676, Sendo a terceira cidade mais antiga de Santa Catarina. Na primeira década do século XX, a economia do município de Laguna baseava-se na produção agrícola em pequena escala e na pesca. Dentre os gêneros alimentícios exportados estavam: farinha de mandioca, peixe salgado, milho, fava e feijão. A cidade contava ainda com uma dezena de fábricas que produziam: cerveja, sabão, velas, fogos de artifício, malas, baús, objetos de folhas de flandres, vinagre, tonéis e sapatos. A paisagem urbana era composta por portos, trapiches e cerca de mil prédios, entre edifícios públicos e residências particulares

Foto real da casa que abriga a senzala 
Fonte: Google Maps


A população de cor em Laguna era maior do que a de Desterro (atual Florianópolis). Em um censo referente ao ano de 1833, Laguna contava com 11.682 habitantes, sendo que, praticamente, um quinto desse total era formado por escravos. Possuía neste ano uma população livre “de cor” de 346 pessoas, incluindo pardos, pretos, libertos e ingênuos. Em 1940 sua população total era de aproximadamente 33.217 sendo que destes 2.365 eram homens e mulheres que se identificavam como pretos e 124 que se identificavam como pardos. No entanto esses dados não são extremamente precisos, pois havia a possibilidade dos responsáveis pelo recenseamento, não desempenharem seu papel corretamente. Muitas pessoas, também, evitavam os recenseadores, temendo o recrutamento forçado para o exército, o que contribuía para a redução da credibilidade dos números apresentados nos censos. Até a década de 1990, a história de Laguna não considerava os africanos e seus descendentes como agentes históricos. Nos textos de memorialistas locais, eles apareceram como escravos até a abolição e depois não foram mais citados. No entanto, pesquisas acadêmicas atuais mostram que escravos, homens livres e escravos libertos de origem africana participaram ativamente da vida social de Santa Catarina desde o século XVIII. O trabalho escravo era usado na produção agrícola, principalmente para farinha de mandioca, pesca e produção de óleo de baleia. Pesquisas recentes também indicam que, além de servir como mão-de-obra para seus senhores, escravos, libertos e livres, africanos e crioulos trabalhavam por conta própria, associados em irmandades e sociedades de diferentes naturezas, viajaram entre províncias, acumularam bens (inclusive escravos) e constituíram famílias. Os senhores de escravos podiam dispor do outro como quisessem pois para eles, os escravos eram apenas uma “peça” como se dizia, a todo momento estavam prontos a abusar sexualmente das escravas e a vender seus filhos pequenos para que não tivessem apego a eles. Nada de mais cruel, anti-ético e perverso do que a destruição dos laços de mãe e filhos. Tal situação não mudou com a República, os antigos senhores coloniais foram substituídos pelos coronéis e senhores de grandes fazendas e capitães da indústria. Não existia respeito mínimo às pessoas nem garantia de seus direitos básicos, a relação era de medo e de uso de violência ou repressão. Nunca se criou um mercado interno, e desde o período colonial o povo escravo foi quem mais trabalhou e quem pouco pode fazer para sobreviver. Os níveis de vida de um escravo ficaram sempre entre 10 e 15 anos, de sua introdução à sua morte. E a escravidão durou praticamente quatro séculos. Esperanças de melhoria animaram sempre o povo brasileiro, mas ele foi sempre economicamente um povo derrotado como indivíduo, pela extrema pobreza de sua vida própria, e como povo, passamos 322 anos trabalhando para Portugal e ainda continuamos a trocar nossas riquezas por meros “espelhos”. Se a história do Brasil não é uma história francamente cruenta, é impossível negar o caráter sangrento com que se processou muitas vezes o domínio das grandes massas escravas ou escravizadas. Deve-se contar ainda as grandes fomes, as grandes epidemias, e as endemias que grassaram sempre e tornaram ensanguentado o processo histórico brasileiro. A linha conciliatória ocorreu muitas vezes e moderou a violência do processo; outras vezes, a submissão, a paciência, a omissão de um lado, e o temor, a necessidade e o poder promoveram os acordos tácitos que não diminuem as distâncias, mas permitem baixar as tensões sociais, evitar os conflitos e praticamente conseguir um consenso provisório. 


Foto real da senzala
Fonte: Canal Visão Paranormal

As senzalas


            Dadas as dificuldades de caráter econômico naquela época, edificar senzalas seria praticamente impossível, principalmente as do tipo senzala-pavilhão*, devido aos custos que tais construções acarretariam aos donos de escravos, quando até mesmo suas moradas eram muito precárias. Analisando os inventários do Sudeste brasileiro, deduz-se que como lá, em Santa Catarina e mais precisamente em Laguna era a mesma coisa, nos séculos XVII e XVIII, é provável que o local onde dormiam os escravos se localizasse dentro das casas de morada do proprietário, por conta disso, provavelmente, não havia necessidade de registrar o fato nos inventários, o que gerou grande dificuldade para encontrar qualquer tipo de informação sobre a moradia dos escravos naquela época em Laguna.

Foto real da senzala
Fonte: Canal Visão Paranormal

A senzala assombrada

            A senzala assombrada fica localizada na parte de baixo, como se fosse um porão, de um dos casarios mais antigos de Laguna. Acredita-se que esta casa tem entre 100 e 200 anos, ninguém sabe ao certo, e foi construída com óleo de baleia, o que era muito comum naquela época. O fato é que realmente este é um casario muito grande, analisada hoje com uma área de 774m², sendo 527,76m² de área construída. A casa possui ainda 17 ambientes entre salas e quartos, incluindo onde antigamente se situava a senzala, 1 cozinha, 4 banheiros e garagem com espaço para 10 carros. 

Foto real da senzala
Fonte: Canal Visão Paranormal


            Dizem que esta antiga senzala já foi cenário de morte e tortura de vários escravos. Sr. Vilar, que trabalha na associação dos artesãos de Laguna na Casa de Anita, disse que “antigamente ali também funcionou uma escola que pegou fogo, e que quando visitou o local à noite, na época que ainda era a escola, sentiu uma vibração esquisita”. Já em meados de 2011-2017 funcionava ali uma delegacia, onde além de ter cela em que as pessoas se mataram, policiais afirmaram terem visto os espíritos dos escravos perambulando pelo local, principalmente quando faziam plantões durante as madrugadas. Além disso, relatos de vozes e murmúrios também eram constantemente ouvidos pelos funcionários da delegacia. “Às vezes quando estava muito silencioso, dava para ouvir passos, então a gente até saía para procurar quem poderia estar andando pela delegacia, mas não encontrávamos ninguém” disse Manuel Damazio Martins, agente de polícia civil classe 8, em entrevista para o canal do youtube “Visão Paranormal” em setembro de 2011, “além disso entre 2h e 3h da manhã às vezes também escutávamos barulhos de corrente, víamos pessoas passando de roupa branca, a mais comum era a figura de uma mulher, que desaparecia”, isso aconteceu com ele durante um período de 6 a 7 anos, enquanto ele trabalhou naquela casa. A escrivã da polícia, Adriana Cimardi, que também trabalhou ali na época, afirmou que “o melhor horário para sentir as vibrações é até as 22h, depois disso quase não tem mais manifestações pois depois desse horário eles estão descansando”. 


Foto real da casa que abriga a senzala 
Fonte: Google Maps

            Fato comprovado por mim que estive ali no período do entardecer e senti um clima pesado, não só ali, mas por toda a cidade de Laguna, que é muito bonita a luz do dia, mas após o anoitecer, fica com um aspecto muito tenebroso. Já a equipe paranormal que chegou ao local depois desse horário conseguiu ainda pegar alguns fenômenos que foram captados pelo medidor eletrônico de sinal eletromagnético. Rosa Maria Jaques, jornalista e paranormal da equipe "Visão Paranormal", afirmou sentir presenças amigáveis que tentaram comunicação através de seus equipamentos. Sentiu também um sentimento de saudade proveniente dos espíritos solitários que viveram em vida ali e que hoje ainda vivem, mesmo depois de suas mortes carnais. Além disso, sentiu ainda sentimentos de solidão, abandono, tristeza, ressentimento, mágoa e vazio, todas emoções que ainda hoje estão impregnadas neste local. Outro fato curioso, foi que entre 00h e 1h seus aparelhos mediram sem explicação evidente, sinal onde não tinha fonte para sinal elétrico perto, fato esse, comprovado posteriormente por Carlos Eduardo Bayer (Kadu), que é físico.


Foto real do aparelho medidor de CEM
Medidor de campo eletromagnético antes das atividades paranormais (em estado normal)
Fonte: 
Canal Visão Paranormal



Foto real do aparelho medidor de CEM
Medidor de campo eletromagnético d
urante as atividades paranormais 
Fonte: Canal Visão Paranormal


Foto real da casa que abriga a senzala 
Fonte: Google Maps


senzala-pavilhão*: Baseando-se em relatos de viajantes que percorreram o Centro-Sul do Brasil ao longo do século XIX, Slenes distingue três tipos de vivenda escrava: as senzalas "pavilhão", edifício único com pequenos recintos ou cubículos separados para os escravos solteiros e casados, as senzalas "barracão", onde viveriam escravos e escravas solteiros em grandes recintos separados, e as senzalas "cabana", onde viveriam escravos casados ou solteiros de um mesmo sexo. Ao sintetizar sua análise sobre a questão, Slenes escreve que:

            o que chama a atenção na maioria destes depoimentos é que o casar-se [...] conferia acesso a um espaço construído próprio, seja um cubículo num barracão/pavilhão, seja num barraco separado. Mesmo não sendo necessariamente maior do que os cubículos [nos barracões], os compartimentos [nos pavilhões] ou os casebres dos solteiros, a moradia da pessoa casada – ou pelo menos da recém-casada, sem filhos – geralmente congregava menos gente [...]. Além disso, e mais importante, era uma habitação dividida com um parceiro de vida, não apenas de roça. Enfim, o casar-se freqüentemente implicava para o escravo ganhar mais espaço construído; mas, sobretudo, significava apoderar-se do controle desse espaço, junto com o cônjuge, para a implementação de seus próprios projetos. 


Fontes:
Clube dos medos
Caça Fantasmas Senzala Delegacia de Policia Laguna SC parte 1
Caça Fantasmas Senzala Delegacia de Policia Laguna SC parte 2
Google Maps
Litoral de Santa Catarina.com
Revista do Museu e Arquivo Histórico de de La Salle
O Sentido da história do Brasil
Repositório Institucional da UFSC: Brinca quem pode: territorialidade e (in)visibilidade negra em Laguna - Santa Catarina

Repositório Institucional da UFSC: Sujeitos Esquecidos, Sujeitos Lembrados

Jornal de Laguna: Lugares para viver Laguna
Jornal de Laguna:
Causas da escandalosa falta de ética no Brasil

As heranças do Rosário: associativismo operário e o silêncio da identidade étnico-racial no pós-abolição, Laguna (SC)

Repositório UNESC

Scielo: Revista Brasileira de História

Scielo: Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material

 ENTRE CONTRABANDO E AMBIGÜIDADES: OUTROS ASPECTOS DA REPÚBLICA JULIANA LAGUNA/SC - 1836-1845 
Tempos Acadêmidos
Freddy Imóveis


Autora no local aonde acontecem os eventos paranormais (2018)
Fonte: Instagram pessoal 



        Então é isso galera, espero que tenham gostado de conhecer mais um local assombrado de Santa Catarina.
Me perdoem pelo longo atraso nas postagens, mas como dá para perceber, eu faço uma pesquisa muito extensa sobre o assunto, leio muitos artigos, incluindo acadêmicos, tudo isso para trazer um conteúdo fresco para vocês e não apenas o famoso "Ctrl C + Ctrl V".  E logo eu venho com mais locais assombrados para vocês.
Dúvidas, sugestões ou reclamações, não deixem de me contactar, seja aqui pelos comentários, seja por e-mail.
Ah! E acompanhem também o meu outro blog, lá eu posto com mais frequência (pelo menos até agora estou conseguindo postar todos os dias haha), nesse blog, eu trato de um assunto mais diferenciado, que são os sonhos, mas não os meus e sim o de vocês, está muito legal, não deixem de conferir. 
Abraço! 


https://blogdossonhosbrasil.blogspot.com/



Leitura Complementar:


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sexta-feira, 9 de março de 2018

AS RUÍNAS DO LEPROSÁRIO DE SÃO FRANCISCO DO SUL



Foto original de Eferson Luiz da Costa /Out de 2016 - Via Google Maps




Google Maps 
São Francisco do Sul (fonte aqui)



Localizada á 188 km da capital Florianópolis e com um trajeto de aproximadamente 2h 41min de carro. São Chico (para os íntimos) está situada perto de Itapoá, Joinville e Balneário Barra do Sul. Sua população em 2010 era de 42.569 habitantes. De colonização açoriana, São Francisco do Sul é a terceira cidade mais antiga do Brasil e a primeira de Santa Catarina, sendo descoberta em 05 de janeiro de 1504 pela Expedição de Binot Paulmier de Goneville, que saiu da França (Honfleur – Normandia) com o objetivo de chegar às terras do Oriente para negociações comerciais. Após transpor as linhas do Equador e três semanas de ventos desfavoráveis a embarcação encontrou a foz de um rio e por ele navegou até atracar numa terra fértil, habitada por índios. Uma cruz de madeira foi erguida para assinalar a passagem da expedição. A cidade foi fundada em 1553, seu charme se concentra no casario que emoldura as estreitas ruelas do centro histórico, tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional. Do outro lado, ficam os paraísos aquáticos, formados pela baía da Babitonga, que tem como pano de fundo o porto de São Francisco.
Praia de Capri (fonte aqui)








As ruínas do Leprosário (na época chamado de Lazaretto da Ponta da Costa), estão localizadas na Praia do Capri (uma extensa praia de águas tranquilas, de baía, própria para banhos e esportes náuticos) que por sua vez está situada entre a Boca da Barra e a Praia do Forte.


Foto de Adriana R Maia/ Dez de 2016 - Via Google Maps
A distância entre as Ruínas e o centro de São Francisco do Sul é de 18,4 km ou 27 min de carro, via Rod. Duque de Caxias. 






As ruínas são remanescentes de um  Monastério  Beneditino, construído  com  pedras, cal  de  conchas  e  óleo  de  baleia no  século  XVII  por  missionários e nativos. No século XVIII, quase todos os missionários já haviam morrido, e junto com a dificuldade de acesso  ao  local,  as  instalações  foram  desativadas. Posteriormente  teriam  sido  utilizadas  pelos nativos  como  alojamento  para  criadores  de  cabras,  o  que  rendeu  ao  local  o  nome  de  Capri,  até que o Imperador D. Pedro II mandasse instalar no local um hospital para portadores de doenças contagiosas.



Foto de Erika Gisele Lotz/ Mar de 2017 - Via Google Maps
Em diversos períodos do século XIX eram freqüentes nos núcleos  populacionais do litoral, doenças  como  lepra (hoje conhecida como hanseníase),  febre  amarela,  escorbuto  e  tuberculose.  Assim, as  comunidades litorâneas  desde  Cananéia  (SP)  até  Laguna  (SC)  migraram  seus  moribundos  para  o  Lazareto  do Capri, como era conhecido na época. Na  cidade  o  pavor  era  geral,  porque  as  doenças  adquiridas  pelos  moradores, através  do  contato  com  tripulantes  e  passageiros  que  transitavam  pelo  porto,  quase  dizimou  a população francisquense a partir de 1806. O Leprosário cumpriu o papel de verdadeira Santa Casa de Misericórdia, com a colaboração  de  voluntários  da  religião  católica  no  atendimento  aos  doentes.  

Fonte: Noite Sinistra
O leprosos vinham para o leprosário para ficar em total isolamento, ficavam ali até   serem totalmente devorados pelo bacilo. Ao  falecerem,  os corpos eram enterrados  nas  Ilhas próximas. 





Os moradores da região acreditavam que a lepra  poderia  continuar  contaminando  as  pessoas,  por  isso  raramente  alguém  se  aproximava  do local, ficando este abandonado por muitos anos. Com  a  implantação  do  empreendimento  “Capri  Cidade  Balneária”,  os investidores  sensibilizaram-se  em  resguardar  este  patrimônio  histórico, com  essa  iniciativa,  o  Poder  Público  promoveu  melhorias  no acesso, limpeza e ajardinamento no local, transformando-o em um ponto histórico-turístico. Segundo alguns relatos de moradores e pessoas que visitaram o local, foram avistados espectros de humanos que se escondem entre os pilares deste antigo "depósito humano", quando se chega perto das ruínas, a sensação é muito negativa, vindo-lhes na mente uma sensação de agonia, descreveram também murmúrios, gritos, pedidos de ajuda e lamentos, que saem de dentro das ruínas sem origem aparente. E ainda, há também quem afirma que o lugar é pesado, frio e até começam a sentir dores fortes de cabeça, enjôos e tonturas. Paranormais dizem que esses são os sentimentos que os espíritos que estão ali dentro conhecem. E eles passam para os visitantes na esperança de fazê-los sair dali. 



Fonte: Flickr - yuribittar


Fonte: Clic RBS


Fonte: Expedições Latinas

Foto de José Carlos Dalicani Filho/ Ago de 2017 - Via Google Maps


Foto de Eferson Luiz da Costa/ Out de 2016 - Via Google Maps


Foto de Erika Gisele Lotz/ Mar de 2017 - Via Google Maps



Fonte: Blogspot - Canal Sombrio



Fonte: Tumblr - Não pegue no sono


Fonte: Tumblr - Não pegue no sono






































segunda-feira, 5 de março de 2018

O TÚNEL MAL ASSOMBRADO DE SIDERÓPOLIS

                                                                                                                                                                 
Siderópolis localiza-se entre a Serra do Rio do Rastro, Urussanga e Criciúma, ficando a 214 km da capital Florianópolis, tem uma população estimada de 13.068 habitantes (em 2011).
 Já o túnel se localiza a 3,3 km do centro ou 6 minutos de carro. Eu particularmente escolhi a história desse túnel como primeiro post pois já o visitei com meu avô na infância, em meados dos anos 90, acontece que não vi assombração nenhuma ali no local, mas ele me causou arrepios. A história é a seguinte: 
Estava eu, fazendo estripulia como qualquer criança, quando meu avô pediu para parar e ter respeito com os mortos, parei na hora e cheguei mais perto do meu avô para ouvir a história que um outro senhor (provavelmente morador da cidade) contava para ele. Ele contava que uma vez o túnel desabou matando vários trabalhadores que estavam ali justamente "reformando" o túnel e que alguns corpos não tinham sido encontrados até então, permanecendo ali no local (a propósito eu estava justamente sobre os montes de terra para tentar ver o que havia do outro lado do túnel, não encontrei fotos dessa época, só as mais recentes onde o túnel já está "atravessável").
Quando cheguei em casa ainda estava meio impressionada pelo que tinha ouvido anteriormente, mas vida que segue, mais tarde estava eu vendo tv e minha mãe tomando banho, quando ouvi um estrondo enorme, como se todas as panelas que estavam no armário tivessem desabado com as prateleiras do armário e tudo, eu apavorada, ignorei e fingi que não era nada, mas minha mãe gritou do chuveiro: "O QUE VOCÊ ESTÁ APRONTANDO MENINA, QUE ESTÁ DERRUBANDO TUDO?" eu claro respondi que não estava fazendo nada, pois não estava mesmo, estava quietinha vendo tv. Daí ela me mandou ver, eu fui, morrendo de medo, e qual não foi a minha surpresa quando abri as portas do armário e tudo estava na mais perfeita ordem! Nem preciso dizer que dormi de luz acesa uma semana! rsrs
Mas como boa parte das cidades do interior catarinense, Siderópolis é pacata e tem índices quase nulos de violência. Grande parte da população é branca (caucasiano), legado deixado pelos antepassados italianos de quase toda a população. Mais de 95% da população é católica, e a principal igreja é da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, no centro da cidade. Entre outras etnias presentes na cidade está a negra e a alemã.

Entre os mais novos, a lenda do túnel mal assombrado de Siderópolis parece ser pouco conhecida. “Já ouvi falar sobre isso, mas não sei ao certo a história não”, comentaram alguns. “Realmente existe essa história, só que eu não acredito nisso”, defenderam outros. Já entre os mais velhos, a história ganha outras formas. “Eu, particularmente, nunca vi nada, mas tem pessoas que dizem que escutaram vozes e viram vultos”, relata José Belarmino, de 61 anos. Desde criança, ele afirma ouvir estas histórias. “O meu pai foi uma das pessoas que trabalhou na construção do túnel. Ele chegou a contar que algumas pessoas morreram durante os trabalhos. A história que o túnel é assombrado existe desde a criação. Andei muitas vezes ali, inclusive durante a noite, e nunca vi e nem escutei nada, mas tem gente que diz já ter escutado gritos e visto gente”, comenta.

Silvio Fernandes, de 50 anos, já trabalhou em mina. Ele também nunca observou nada de anormal no local, mas revela que os colegas de trabalho evitam passar por lá por medo. “Eles diziam que escutavam barulhos estranhos, que viam gente. Eu também sempre escutei essa história, mas nunca vi nada”, frisa. Entre os relatos populares, estão os de pessoas que viram uma luz incomum no interior do túnel que, ao se aproximar, se apagava. Os sons e vultos, segundo a crença popular, seriam provados pelas pessoas que morreram na construção da passagem do trem.

O túnel por onde passa a Ferrovia Tereza Cristina, utilizado até hoje para o transporte do carvão, com 388,45 metros, fundado em 1944, encanta na chegada, remetendo os visitantes a década de 40. Ao tentar atravessar, o clima úmido deixa o ambiente sombrio. O fato de não saber o horário de passagem do trem assusta, forçando o transeunte a olhar constantemente aos lados para verificar se está próximo aos salva-vidas, que são os buracos na parede que servem para se esconder durante a passagem do trem. “Quando o trem se aproximada dá medo mesmo”, alerta José. Para Neno Berlamino Rosso, de 72 anos, a história não é verídica e teria surgido por causa de brincadeiras de crianças depois que tomaram conhecimento que uma caveira havia sido encontrada em um córrego nas proximidades. “Quando nós íamos ao cinema, em Siderópolis, costumávamos passar pelo túnel. Nós ficávamos mais atrás e jogávamos pedras nas pessoas, que se assustavam. A assombração é de vivo para vivo”, revela.

“Muita gente me pergunta sobre isso, mas é coisa que um fazia com o outro. Às vezes até a gente ficava com medo”, enfatiza aos risos, acrescentando que a partir daí os contos começaram a se alastrar. O túnel, segundo o historiador Nilso Dassi, fazia a ligação entre os portos de Laguna e Imbituba para o transporte do carvão, que era feito necessariamente por meio da Linha Férrea.











Fontes: